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Biogás feito de planta aquática

DA UNILA/IMPRENSA – A planta aquática Hydrilla verticillata, conhecida popularmente apenas como hidrila, não é bem-vista na região do Lago de Itaipu. Nativa da Austrália e da África, essa planta, que se desenvolve predominantemente na superfície da água, adaptou-se ao rio Paraná e pode ser responsável pela morte de peixes e pela destruição da vida aquática selvagem.

 

“A Hydrilla verticillata produz elevadas quantidades de biomassa. Sua presença nos corpos d’água pode alterar a atividade alimentar das espécies de peixes, causar a dificuldade de locomoção de peixes de grande porte e, ainda, a anóxia noturna, pois absorvem oxigênio da água durante a noite”, explica a professora da área de Química Márcia Becker.

 

Agora, uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal da Integração Latino-Americana – UNILA – está mostrando que essa mesma planta pode ser utilizada para a produção de biogás, a partir da codigestão com dejetos bovinos. Por enquanto, os testes estão sendo realizados em nível laboratorial. Mas o objetivo final é avaliar se é possível a utilização da hidrila para a produção de biogás em pequenas propriedades agrícolas, próximas ao rio Paraná.

 

Hoje, já há algumas propriedades rurais na região que produzem biogás, a partir de dejetos bovinos e suínos, para utilização diretamente em fogões de casas ou como fonte de aquecimento.

 

Os primeiros ensaios de avaliação em escala laboratorial mostram que, após 40 dias, a produção de biogás na codigestão de hidrila com dejetos bovinos foi de 1.120 mL. No mesmo período, foi produzido 671 mL por meio da monodigestão (apenas dejeto bovino).

 

“A adição da macrófita como cossubstrato resultou no aumento percentual de mais de 66% de biogás (em volume), do que na digestão de apenas dejeto bovino”, avalia a pesquisadora. O biogás produzido também foi avaliado com um detector portátil de gases, que mostrou a obtenção de aproximadamente 50% de metano na codigestão.

 

Conforme a professora Márcia Becker, que coordena a pesquisa, há um crescente interesse por estudos sobre a viabilidade de cossubstratos para o gerenciamento de resíduos e a maximização da produção de energia renovável.

 

“A combinação de substratos geralmente otimiza a produção em relação à monodigestão, por melhorar o balanço de nutrientes e promover a diluição de substâncias tóxicas, impactando positivamente na comunidade microbiana e contribuindo para a maior estabilidade do processo”, salienta.

 

Fonte: UNILA/ Assessoria de imprensa

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